Escotismo

Minha Loja Mãe de Lahore

Rudyard Kipling-1865-1936

E havia Hundle, o chefe da estação; Baseley, o das estradas e dos trabalhadores; Black, o sargento da turma de conservação, Que foi nosso Venerável por duas vezes. E ainda o velho Frank Eduljee, Proprietário da casa As Miudezas da Europa. E então, ao chegar, dizíamos: Sargento, Senhor, Salut, Salam... todos eram "Meus Irmãos", E não se fazia mal a ninguém, Nós nos encontrávamos sobre o nível, E nos despedíamos sob o esquadro. Eu era o Segundo Experto dessa Loja. Lá em baixo.... Havia ainda Bola Nath, o contador; Saul, judeu de Aden; Din Mohamed, da seção de cadastro; O senhor Babu Chuckerbutty, Amir Singh, o sique, E Castro, o da oficina de reparos, Um verdadeiro católico romano. A decoração do nosso templo não era rica, Ele era até um pouco velho e simples, Mas nós conhecíamos os Deveres Antigos, E os tínhamos de cor. Quando eu me lembro deste tempo, Percebo a inexistência dos chamados infiéis, Salvo alguns de nós próprios. Uma vez por mês, após os trabalhos Reuníamo-nos para conversar e fumar Pois não fazíamos ágapes, Para não constranger os Irmãos de outras crenças. E de coração aberto falávamos de religião, Entre outras coisas, cada um referindo-se à sua. Um após outro, os irmãos pediam a palavra, E ninguém brigava até que a aurora nos separasse, Ou quando os pássaros acordavam cantando. E voltávamos para casa, a pé ou a cavalo, Com Maomé, Deus, e Shiva, Brincando estranhamente em nossos pensamentos. Viajando a serviço, Eu levava saudações fraternais Às Lojas ao Oriente e ao Ocidente de Lahore, Conforme fosse a Kohart ou a Singapura. Mas sempre voltava para rever meus irmãos. Os da minha Loja Mãe. Lá de baixo... Como gostaria de rever aqueles velhos irmãos, Negros e morenos, E sentir o perfume dos seus cigarros nativos, Após a circulação do tronco, E do malhete ter marcado o fim dos trabalhos, Ah! Como eu desejaria voltar a ser um perfeito maçom, Novamente, naquela Loja antiga. Diria então Sargento, Senhor,Salut, Salam... Pois seriam todos meus irmãos, E ali não se faria mal a ninguém E nos encontraríamos sobre o nível, E nos despediríamos sob o esquadro, Eu seria o Segundo Experto da minha Loja, Ficaria lá em baixo.

2 comentários:

  1. Alguém tem a fonte deste texto? Não consigo encontrar nada que comprove ou ateste de forma confiável que seja de RK, porém, é assim amplamente divulgado.

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    1. André, este poema é de Kipling. Ele descreve a Loja Maçônica que frequentava em Lahore, na qual foi Secretário. Segue o link da Kipling Society, o de poderá ler este e vários outros trabalhos deste espetacular escritor. Meu Sempre Alerta. Victor Sebastian

      https://www.kiplingsociety.co.uk/poem/poems_motherlodge.htm

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