Cronologia de Gilwell
1407 - É quando começou a história do Parque de Gilwell, portanto a mais de 600 anos e desses 600 anos mais de 100 anos que a BSA recebeu a posse definitiva da propriedade. Os primeiros registros encontrados como sendo parte do Parque de Gilwell foi encontrado nos registros na Biblioteca Britânica, com diversos registros de propriedade na freguesia da Abadia de Waltham, Essex como propriedade de John Crow que denominava suas terras de “Gyldiefords”.
1422 – Os registros relatam que o Sr. Richard Rolf teria e deixado p/ sua família “Gillrolfes” (formalmente chamada de “ Gyldiefords” uma propriedade com 8 acres (= 32.347,88 m2). Rolf teria mudado o nome das terras p/ seu sobrenome como era costume na época, a primeira parte “Gill” em inglês antigo “vale”, Richard talvez fosse conhecido por Richard de Gill Rolf, mesmo após a soa morte e a terra pertencendo a um único proprietário, teria sido dividida em duas áreas conhecidas como “Grande Gilwell” e “Pequeno Gilwell” (Well significaria primavera). A casa da propriedade com certeza era uma pequena cabana de madeira, onde atualmente está localizada a Estancia de Gilwell “Gilwell Farm” é um conjunto de benfeitorias existentes até os dias de hoje.
Após a morte de Rolf uma propriedade de, aproximadamente 14 acres (56.655,8 m2) foi comprada por Richard Thomas Osborne. Ele construiu uma residência para seu uso, a qual denominou “Osborne Hall” (Palácio de Osborne) que existiu por aproximadamente 300 anos, onde, nos dias de hoje está situada a ”White House” (Casa Branca), que é o centro administrativo do Parque de Gilwell.
Por - aproximadamente 250 - anos a propriedade mudou de dono várias vezes, quando verificou-se o aumento e o decréscimo de seus precários limites, porem estas terras pouco se modificaram
1736 - ou por volta deste ano, um notório bandoleiro, Dick Turpin viveu nas terras de Gilwell, viver é uma palavra muito forte para ser utilizada, nessa época Turpin era um homem procurado acusado de vários atos ilegais de pirataria e ele não teria vivido em um só lugar, pois certamente seria capturado.
1752 – Turpin foi capturado e seus crimes foram comprovados, sendo condenado a forca.
1754 – A propriedade torna-se produtiva, neste ano Willian Skrimshier de Bow, comprou vários pedaços de terra, incluindo a Pequeno Gilwell e o Grande Gilwell e parte das terras de Osborne, mais ou menos metade da propriedade, incluindo o Osborne Hall. Total comprado 23 acres. Algumas vigas e correntes de ferro existentes na “White House”, que conhecemos hoje, foram datadas com exatidão como sendo daquela época, mais nada é conhecido de datas anteriores.
1771 – Leonard Tresilian, comprou a propriedade e mais 3 acres de propriedades vizinhas.
1778 – Adquiriu mais 8 acres de John Gore e a propriedade ficou com 34 acres.
1792 – Quando Tresilian morreu, a posse da propriedade passou para sua filha Margaret casada com Willian Bassett Chinnery, Os Chinnery foram os mais importantes proprietários das terras onde está o Parque de Gilwell
1793 – Margaret e Willian se mudaram para “Osborne Hall”. O que causou uma grande agitação na sossegada comunidade local. A primeira ação e que chamou a atenção para a família, foi a troca do nome da propriedade de “Osborne Hall” para “Gilwell Hall”.
1802 – O filho mais novo Walter Grenville morreu aos 11 anos de febre tifoide, durante uma visita a Pris. Em sua lembrança, Margaret construiu uma urna de pedra em sua memoria
1811 – Em novembro uma tragédia se abateu pela segunda vez sobre a família, nesta ocasião Caroline Chinnery teria sido internada em um hospital de Londres, padecendo de coqueluche
1812 – Em fevereiro Caroline teve alta e Margaret construiu uma coluna de pedra em louvor a Deus pela vida de sua filha, mas Caroline teve uma recaída e em.
1812 – 03 de abril Caroline faleceu aos 21 anos
1812 – 17/03 Willian Chinnery, foi demitido dos seus cargos, e para evitar sua inevitável prisão e seu provável enforcamento por traição fugiu do país, indo se exilar em Gothenburgo onde viveria pelo resto de seus dias
1812 – 25/03 após debates sobre o assunto na Casa dos Comuns, determinaram o confisco de sua propriedade para o Tesouro Público através do Ministério da Fazenda. Margaret se retirou de Gilwell e foi morar em Manchester, na casa de uma irmã onde assinou a Ação de Desistência dos direitos das terras de Gilwell em favor do Tesouro Publico.
1812 – 02/07 Margaret escreveu a respeito de Gilwell “É um paraíso na terra, onde a deliciosa harmonia resultante do perfeito acordo do dever e vontade é sentida e desfrutada. Aqueles que tem sido apreciadores de nosso modo de vida em Gilwell, podem atestar a veracidade do que digo. Nosso Deus bem sabe o porquê da alegria em lar harmonioso.......”. Margaret viveu amarguradamente até os 90 anos e, Chatillón as margens do Rio Sena.
Muitas pessoas teriam caminhado pela “Lime Walk”, a altas horas da madrugada, e por três meses teriam relatado terem visto o fantasma de Margaret Chinnery, lamentando a perda de suas amadas crianças.
Ainda sobre o assunto dos fantasmas da Mansão de Gilwell, ela também possui reputação de ser frequentada pelo fantasma do velho Duque de Cambridge. Estranhas pancadas, pisadas nos degraus e, ruídos de correntes fantasmagóricos podem ser ouvidos as vezes. Dora Durell, que residia no local, relataria as histórias que seu pai lhe contava “Quando o Parque de Gilwell foi comprado pelos Escoteiros, B-P pediu a meu pai para morar na propriedade. Durante os preparativos p/ se mudar p/ a velha casa, em sua primeira visita as lojas da vila de Chingford, a surpresa é que ele estaria se preparando p/ morar numa casa assombrada...” Ele não se preocupou com isso até poucas noites mais tarde, quando acordou com ruído de correntes arrastadas, gritos e rangidos de pegadas......
1812 – com o confisco dos bens dos Chennery e a propriedade que incluía Gilwell foi dividida em lotes e vendidos em leilão publico.
1815 - Os lotes 1 e 2 que incluía a elegante mansão de Gilwell, as terras conhecidas como “church” (igreja) e a pequena granja foram adquiridas por Gilpin Gorst por 4.940 libras.
Pouco se sabe sobre o novo proprietário de Gilwell, exceto que era vice presidente da “Honourable Irish Society” e que escreveu uma serie de narrativas sobre suas viagens a Irlanda
1824 – Seu filho Philip Gorst, vendeu a propriedade para Thomas Usborne, de Cumberland Street, em Londres, cuja única contribuição para a propriedade foi a compra de seções do parapeito da velha Ponde de Londres, quando foi substituída em 1826, e as instalou atrás da casa, o local atualmente conhecido como a Buffalo Lawn (Clareira do Búfalo).
Após um curto período sem nenhum destaque especial durante a qual Gilwell pertenceu a Samuel Burgess o campo foi adquirido, em
1858 – por William Alfred Gibbs, de Downs, Clapton. Era conhecido como uma pessoa excêntrica e pitoresca. Ele era um industrial e viajava todos os dias em um grande garanhão branco p/ sua fábrica em Londres. Era também um poeta e inventor, casado, e tinha 10 filhos, no seu auge como poeta, foi convidado pela princesa Mary mais tarde Rainha Mary a escrever um poema intitulado “Os Idílios de uma Rainha”. Suas invenções tiveram bem menos sucesso. A sua Maquina p/ corte, seleção e embalagem de feno entrou em colapso na primeira tentativa de funcionamento. Também inventou uma máquina a vapor p/ secar feno, que funcionou perfeitamente, cujo produto final foi rejeitado pelos clientes, o Gado devido ao mau cheiro do combustível absorvido pelo feno. Das invenções a que teve maior sucesso e em produção até os dias de hoje foi o dentifrício (pasta de dente). A família Gibbs não possuía condições financeiras para manter a propriedade e gradualmente entrou em decadência. Gibbs morreu em 1900.
1890 – Nasceu Francis Gidney “Skipper” o 1º Chefe de Campo de Gilwell
1907 – O filho mais velho de Gibbs, vendeu a parte noroeste da propriedade chamada de Gilwllhury com 8 acres.
1907 – B-P realiza um acampamento Experimental na ilha de Brownsea.
1911 – 4/4 Nasceu Richard Francis Thurman “John”
1911 – a propriedade foi vendida p/ o Reverendo Cranshaw, e assim a propriedade teria ficado em um agudo estado de abandono quando em 1918.
1912 – é criada a figura do Chefe Escoteiro.
- A partir desse ponto, e nos próximos pouco mais 100 anos, se torna difícil contar a história do Parque de Gilwell, sem contar a história dos CIM de IM e do próprio escotismo, porque todas essas histórias foram se entrelaçando, se tornando única, mas vamos tentar nos ater aos fatos do Parque de Gilwell.
1918 - Willian F. de Bois Maclaren um magnata Escocês e comissário Escoteiro no seu pais, observou durante uma viagem a Londres, escoteiros com dificuldade em praticar o escotismo nas ruas e em terrenos baldios, sensibilizado com o problema.
1918 – Em novembro encontrou-se com B-P oferecendo p/ ele a quantia necessária para a aquisição de um local para acampamento. Maclaren pensou inicialmente numa área de 600 acres na floresta de Ashdown, em Sussex, logo desistiu da ideia devido a distância de Londres. B-P então sugeriu que o presente seria mais valioso para o Escotismo se o lugar pudesse também ser utilizado como um centro de treinamento para Chefes Escoteiros, uma antiga ideia sua, com a qual Maclaren concordou de imediato.
B-P então criou um pequeno comitê com alguns membros do Staff do Escritório Escoteiro, para procurar o local adequado, chegaram a visitar um ou dois locais sugerido por corretores
1919 – Em 8/3 um sábado Percy B. Nevill visitou Gilwell, por sugestão de um jovem assistente de chefe escoteiro e naturalista chamado Gayfer, com 55 acres (222.574 m2) de terras arborizadas. As instalações necessitavam de reparos, mas a localização era excelente. O local foi inspecionado pelo comitê que informou a B-P e Maclaren que o local atendia os requisitos necessários, em contato com o corretor descobriram que a propriedade estava à venda por 7.000 libras exatamente o valor ofertado por Maclaren. Como as negociações foram se desenvolvendo bem, foi permitido o uso da propriedade. Na quinta feira antes da pascoa de 1919 alguns Pioneiros do leste de Londres chegaram a Gilwell para tomar posse do Local
1919 – 31/5 Maclaren concorda com a compra ao preço de 7000 libras e ainda doou mais 3000 libras para o início das reformas.
1919 – Em maio Francis Gidney “Skipper” fio nomeado o 1º Chefe de Campo de Gilwell.
1919 – Junho um pequeno artigo é publicado na “Hardquarters Gazeta” informando que o Sr. De Bois Maclaren havia doado Gilwell ao escotismo com dois propósitos: 1) Criar um Centro de Treinamento onde chefes Escoteiros e candidatos a Chefes Escoteiros serão treinados por Escotistas experientes na abertura e treinamento de tropas, técnicas mateiras e Método Escoteiro: 2) Prover locais de acampamento para tropas e patrulhas onde elas encontrassem facilidade para a pratica do Escotismo e o apoio necessário pra Tropas menos Experientes
Já no feriado de Pentecostes cinco Tropas e duas Patrulhas acamparam em Gilwell.
1919 – 19 de julho foi marcada a inauguração do Campo, com os convites impressos e enviados, mas logo descobriram que praticamente todos os escoteiros de Londres estavam comprometidos naquela data com o apoio ao festival da Paz, assim a Inauguração de Gilwell foi adiado por uma semana e os novos convites por motivo de economia corrigidos a mão e entregues em mãos pelos escoteiros.
1919 – 26/7 na presença de cerca de 700 escoteiros o Campo foi inaugurado, com a cerimônia presidida por B-P, a faixa verde e amarela (cores escoteiras) no portão principal foi cortada pela Sra. Maclaren, e assim Gilwell tornou-se propriedade da Associação Escoteira da Inglaterra. Na ocasião B-P agradeceu Maclaren pela generosidade e o condecorou com o Lobo de Prata, o casal B-P recepcionou os convidados com um Britânico Chá.
Quando Gilwell foi adquirida em 1919 possuía algumas edificações distribuídas aleatoriamente pelo local. Tais edifícios traziam em suas fachadas as marcas do tempo, que dia após dia, lentamente, os tinha transformado em ruinas. Contudo, elas eram Guardiãs de um local que outrora conhecera a prosperidade e a pobreza. Hoje delas resta apenas a casa principal, e outros prédios foram demolidos por diversas razoes.
1919 – 8/9 exatos 44 dias após a inauguração do Parque de Gilwell tem início o 1º Curso oficial de Gilwell que viria a ser o 1º Curso de Insígnia de Madeira para Chefes de Tropa Escoteira, dirigido por Francis Gidney “Skipper”
1921 – Em maio aconteceu o 1º CIM Lobinho em GP
1921 - Em setembro, ocorreu a 1ª reunião de Chefes possuidores da Insígnia de Madeira quando B-P foi indicado como Chefe de Tropa do Grupo 1º de Gilwell, ao qual pertence todos aqueles que possuem a Insígnia de Madeira seja em que pais for. Essa reunião passou a ser conhecida em todo o mundo como “Reunião de Gilwell” estabelecida como um evento anual, que vem sendo realizada desde então com exceção dos 4 anos de Guerra.
1921 – Morreu Willian Frederick de Bois Maclaren (3/6)
1922 – Foi erguida a primeira construção, chamada Workshops
1923 – John Skiner Wilson “Belge” assume a função de Chefe de Gilwell, que recebeu de B-P a tarefa de transformar Gilwell num centro de treinamento internacional
1926 – Foi a vez dos Estábulos, agora chamados de Celeiro (Barn), como o primeiro local para acomodações e Treinamento abrigados em Gilwell.
1928 – Aconteceu o 1º CIM para Comissários em GP
1928 – Faleceu Francis Gidney “Skipper” o 1º Chefe de Campo de Gilwell, aos 36 anos devido a sequelas de guerra.
1929 – Foi construída a “Cabana de Gidney”, em comemoração aos 10 anos do 1º CIM
1929 – Gilwell era o lugar Escoteiro mais conhecido do mundo, para onde homens e mulheres iam ser treinados, para então retornarem a seus países impregnados pelo Espirito Escoteiro e pelas tradições Escoteiras.
1929 – Durante o 3º Jamboree Mundial “o Jamboree da Maior idade” B-P relutou em aceitar o Título de “Barão”, após muita conversa finalmente B-P se rendeu as evidencias, deixando bem claro que a homenagem era para o Escotismo e não para ele. Quando alguém é elevado a nobreza ao tornar-se “Lord “ de alguma coisa” ou “de algum lugar”. E para jubilo dos Escoteiros de todo o mundo ele disse “eu acho que gostaria de ser chamado de “Lord Baden - Powell of Gilwell”, e após uma cerimônia escoteira durante a Reunião de Gilwell e a cerimônia formal em 30/10/1929 foi introduzido na casa de Londres onde cumpriu um ritual todo especial. E assim os Baden - Powell e Gilwell vincularam seus nomes e tornaram-se nobres para sempre
1969 – Bryan Dodgson, assume a função de Chefe de Gilwell. O último com o cargo de Chefe de Gilwell, os próximos teriam o cargo de Comissário Executivo de Programa e Formação; Diretor de Programa e Desenvolvimento e atualmente Diretor de operações Escoteiras
1936 – Uma cabana branca conhecida como Igrejas (churches), mais tarde chamada de “Granja de Gilwell” foi comprada bem barato e integrada a propriedade, essa construção tem 2 quartos e 6 salas de reuniões ou recepção. Dizem que essa desproporção deve-se ao fato que em Gilwell tem tanto trabalho que não há tempo para dormir. Já foi reformada tantas vezes que apenas a sua fachada é original, numa reforma no assoalho de um dos quartos, foi encontrado um saco contendo moedas do tempo do Rei Georg IV, e estão expostas no museu de Gilwell.
1940 – apesar da Guerra e da carestia geral, a associação comprou mais 10 acres a oeste do Campo.
1940 – No verão o Exército requisitou Gilwell. Foram momentos tristes para o Escotismo, mas, sob alguns aspectos, benéficos, uma vez que o Campo estava praticamente sem utilização, assim entre 1940 e 1944 o Campo esteve sob controle do Ministério da Guerra. A Guerra deixou também uma lembrança “O Buraco da Bomba” (The Bomb Hole) causado por uma bomba alemã que caiu em Gilwell. Em 1961 o Buraco foi dragado e transformado num lago onde são realizadas atividades náuticas. A terra retirada foi utilizada para a construção de um círculo para fogo de conselho com capacidade para mais de 400 pessoas
1940 – Numa noite de setembro 216 pequenos dispositivos incendiários caíram no campo, mas, miraculosamente, apesar de alguns terem caído no telhado das edificações, as únicas perdas foram um gramado chamuscado e uma casa de cachorro queimada.
1941 – 8/1 Morre B-P em Nieri no kenia – África Oriental.
“B-P. foi descansar, porem seu espírito vive no coração da juventude. Hoje amanhã e todos os dias em algum lugar do universo um jovem está fazendo sua Promessa Escoteira pela primeira vez. Uma promessa tal qual B-P. nos legou, de fazer todo o possível para viver uma vida de irmandade e compreensão e fazer o melhor possível para obter a paz prometida aos homens de boa vontade. ”...
1943 – John Skiner Wilson “Belge” deixa a função de Chefe de Gilwell, para se tornar diretor do Bureau Internacional quando manteve amplo contato com dirigentes Brasileiros como Gelmirez de Mello Leo Borges Fortes Eugen Pfister e outro, em 1948 esteve no Brasil, visitando São Pulo e Rio de Janeiro, quando recebeu a comenda Tapir de Prata.
1943 - John Thurman, assume a função de Chefe de Gilwell, famoso pelas publicações técnicas da série Gilcraft.
1944 – 1/12 Gilwell foi devolvido. Thurman conta que lançou uma convocação para voluntários ajudar a colocar as coisas em ordem novamente. Tal qual 1919, Escoteiros, pioneiros, escotistas e inúmeras outras pessoas vieram oferecer seus préstimos.
1945 – na pascoa com a presença do novo Escoteiro Chefe, foi realizado a cerimônia de reabertura oficial de Gilwell
1945 – em junho os cursos de treinamento foram reiniciados. O primeiro foi o 157º CIM.
Entre 1945 e 1955 – Além dos milhares de Escotistas do Reino Unido, 1500 homens e mulheres de 96 países estiveram em Gilwell para trabalha, aprender e levar o espirito de Gilwell de volta a seus países. Gilwell tinha renascido e era capaz de desempenhar a tarefa idealizada por B-P, de ajudar a manter o Escotismo unificado em todo o mundo e de tornar o 4º artigo da Lei Escoteira (o Escoteiro é amigo de todos e Ir...) uma realidade e não apenas palavras escritas num papel. Thurman conta que há um ditado Inglês que diz “Veja Nápoles e morra”, mas que ele acreditava que para o mundo Escoteiro seria mais atrativo dizer “Veja Gilwell e Viva”
1946 – A Associação fez aquisições baratas, mas importantes, correspondendo às áreas chamadas de “The Quick”, “New Field” e “Hilly Field”, obtendo-se o acesso a estrada que passa em frente a Dawes Hill e que rodei a propriedade, facilitando o acesso ao campo e prevenindo-se contra futuras expansões imobiliária na região.
1950 – Nos primeiros anos da década de 50 a “Casa da África do Sul” (South África House), que incluía aposentos para o staff, foi presenteada com fundos doados pelo governo da África do Sul.
1953 – A Associação Escoteira Britânica apesar das dificuldades financeiras teve a ousadia de comprar ou recomprar Gilwellbury, que elevou a área para 108 acres (437.054,4 m2), atual área do Parque de Gilwell. Essa compra incorporou a propriedade uma casa duas cabanas, essa compra eliminou a restrição ao uso do campo da área leste de Gilwell devido a habitações existentes no local. Assim ao longo do tempo outros prédios foram construídos: depósitos, abrigos, salas para cursos, museus, enfermarias, piscinas e etc.. . Atualmente a cerca de cinquenta edificações em Gilwell.
1957 – Foi construída por Pioneiros a sede do 1º Grupo de Gilwell dentro do Parque de Gilwell porem fora da Casa Branca.
1960 – Durante os próximos anos o desenvolvimento de Gilwell estaria concentrado, no aprimoramento e das facilidades para os Escoteiros acamparem no local. Também nesse período Gilwell recebeu uma Capela católica e um templo Budista.
1960 - final dos anos 60 foram construídas 2 áreas importantes, O centro de Lazer Dorothy Hughes para ser a casa de referência para o Ramo Lobinho com acomodações e toda a facilidade para o ramo. E o Centro Internacional Colquhoun foi designado como centro de aprovisionamento da formação
1969 – Morre John Skinner Wilson (19/12)
1969 - John Thurman, deixa a função de Chefe de Gilwell após 26 anos
1969 – Bryan Dodgson, assume a função de Chefe de Gilwell.
1970 - na década de 70 o staff de programa da Associação Escoteira britânica se juntou ao staff de formação e, foram para Gilwell.
1976 - com o resultado dessa união foi construído um novo prédio para hospedagem desse pessoal com amplos alojamentos, permitindo que a Casa Branca fosse integralmente transformada em um prédio de escritórios, se tornando o Centro Administrativo de Gilwell. Durante esse projeto, descobriu-se graves falhas na estrutura de madeira do prédio original, o que levou a interdição da parte central da casa branca diversas ações foram tomadas que não é o foco dessa apresentação. Porém Gilwell tem sua importância em 2 pontos para o escotismo mundial. Acampamentos, Formação e Pessoas.
1983 – Bryan Dodgson, deixa a função de Chefe de Gilwell. O último com o cargo de Chefe de Gilwell, os próximos teriam o cargo de Comissário Executivo de Programa e Formação; Diretor de Programa e Desenvolvimento e atualmente Diretor de Operações Escoteiras.
1985 – Morre John Thurman (10/4).
Curiosidades de Gilwell
- Na época em que foi adquirido o seu nome era escrito como Gillwell. Somente quando B-P foi elevado a nobreza em 1929, é que escolheu o nome do local para o seu título é que adotou a grafia original do nome, como a conhecemos hoje Gilwell.
- As terras de Gilwell pertenceram, determinada época, ao Rei Henrique VIII (*28/7/1491 +28/1/1547) reinou por 38 anos de 1509 até sua morte em 1547, que mandou construir uma cabana de caça para seu filho Eduardo (*12/10/1537 +6/7/1553), Eduardo VI foi rei da Inglaterra de 1547 até sua morte em 1553), durante seu reinado o pais foi comandado por um conselho regencial já que ele nunca atingiu a maioridade, foi rei aos 10 anos e morreu aos 16 anos
- O meridiano de Greenwich, marco da longitude zero, passa pela área do campo.
- Em 1962 foi criado o fundo de desenvolvimento de Gilwell que oferece a todos os possuidores da Insígnia de Madeira em todo o mundo a ajudar Gilwell a desenvolver o seu trabalho.
- O famoso portão de Gilwell (portão dos leopardos) foi construído em 1928. Ele foi projetado por Dom Potter aluno do 1º CIM em Gilwell, e participou do Staff do campo entre 1919 e 1932, e foi também o construtor da Cabana de Guidney e do portão de Jim Green. Aos 94 anos Potter entalhou um terceiro leopardo para substituir um dos originais que havia desaparecido de um dos lados do portão que é atravessado anualmente por cerca de 60 mil pessoas.
- Acredita-se que o campo é mal-assombrado. Durante 60 anos ninguém viveu na casa. Barulhos de fantasma foram descobertos num poço abandonado. O fantasma de Margaret Chinnery é avistado no caminho de rocha calcaria que ela mandou construir.
- No museu de Gilwell Park há varias relíquias escoteiras, dentre as quais o famoso Chifre de Kudu que B-P trouxe da África do Sul que foi usado em Brownsea e no 1º CIM, e uma réplica do colar de Dinizulu.
- Na Clareira do Búfalo há um búfalo de bronze doado pela BSA em homenagem ao escoteiro desconhecido cuja boa ação levou a criação do escotismo nos EUA.
- Em 1957 comemorou-se de diversas formas e em todo o mundo, o cinquentenário do ME. Em Gilwell também foram realizadas comemorações e, por ocasião do Fogo de Conselho da Reunião de Gilwell daquele ano Lady B-P recebeu o lenço e o Colar da IM, e o título de membro honorário do 1º Grupo de Gilwell. (Ela é o único membro honorário do grupo).
- No campo há um poste de sinalização que foi usado no jamboree Mundial de 1929 em Arrowe Park. Ele hoje possui placas indicando a direção e a distância de Gilwell a todos os locais onde foram realizados os Jamborees Mundiais.
- O Símbolo de Gilwell é um pedaço de tronco com um machado cravado, ele é utilizado desde o início dos anos 20, quando Francis Gidney procurava um emblema ou logo que caracterizasse o campo, que fosse ligado ao ar livre e técnicas mateiras, e que fosse distinto do símbolo escoteiro. Como no campo era realizado muitas atividades de campismo além daquelas que ocorria nos cursos, era comum ver-se muitos machados cravados em pedaços de tronco no chão, como forma de proteger as ferramentas e de se evitar acidentes. Guidney adotou o tronco e o machado como símbolo para o campo. Por extensão ele tornou se um símbolo usado nas publicações de Gilwell e conhecido no mundo inteiro.
- Outro símbolo associado a Gilwell é o Anel de Gilwell (woggle). Ele passou a ser utilizado em 1920. Até então o lenço era amarrado com um nó na extremidade. O Anel que na realidade, é um nó chamado cabeça de turco (turk’s head) utilizado em marinharia como para decoração ou marcação de algum ponto de referência na roda de leme, é feito com duas voltas e foi sugerido por Bill Shankley, do staff do campo de Gilwell. Em 1943 o anel foi adotado como um símbolo para aqueles que concluíam o Curso Básico. No Brasil é Chamado de Anel de Gilwell.
- O carvalho de Gilwell, tem idade estimada entre 450 e 500 anos
Atualmente - Gilwell Park, mundialmente famoso lar do movimento escoteiro, é um local verdadeiramente único para eventos corporativos e ocasiões especiais particulares. Localizada nas profundezas da Floresta Epping, mas a apenas alguns minutos da Estação Chingford (London E4), a Casa Branca - que remonta a 1754 - é o retiro rural de Londres definitivo, combinando a elegância georgiana deslumbrante com uma verdadeira sensação de fuga. Quer você queira um casamento mágico em Londres ou um dia de aventura em equipe, a casa é decorada de forma simples e discreta, permitindo que os hóspedes a vistam exatamente de acordo com seus gostos e necessidades. Nossa política de preços significa que os hóspedes podem ter um momento verdadeiramente memorável, sem um grande orçamento. Qualquer receita que geramos vai diretamente para os escoteiros, ajudando crianças em todo o Reino Unido.
“As pessoas é que fazem Gilwell ser o que é hoje, mantendo o Espirito Escoteiro vivo, para os anos que virão”
CÓDIGO DE GILWELL
POR JOHN THURMAN - GILWELL CHEFE DE CAMPO
John Thurman estava entre os primeiros chefes de campo do Centro Internacional de Formação em Gilwell Park, 1943-1969. Isto é, estas palavras não são do tempo de hoje, mas o seu significado tem um efeito enorme agora. Vale para todos nós chefes que adotamos a filosofia escoteira. Essas linhas se referem, principalmente, à relação que deve existir entre formadores e participantes do curso. Os pontos não são em ordem de importância, são todos importantes e têm valor em si:
1 - Oferecer uma "amizade" genuína a todos os chefes que vem para aprender. Nós vamos dar-lhes a experiência que temos acumulado durante nossa vida escoteira. A amizade e também a confiança, é acreditá-los tão capaz quanto nós mesmos. Aqui vamos encontrar muitas pessoas que são mais capazes do que nós. Qualquer ensino - aprendizagem é mais fácil quando existe um clima de amizade.
2 - Temos a obrigação de "entender" seus problemas e necessidades e suas deficiências e limitações. Devemos sempre lembrar que, se você vir a um curso é porque quer aprender, “não sei tudo, mas quero saber”. Nossos líderes são uma amostra da nossa sociedade. Deve haver em muitos o sucesso em suas carreiras e outros têm demonstrado sua capacidade em vários campos, especialmente dirigindo outros. Haverá chefes que não têm formação, mas fizeram o seu caminho na vida por causa de seu esforço e a sua tenacidade. Outros ainda são pessoas que não conseguiram na maioria nas empresas que trabalham se comprometer. Eles podem ser ricos ou pobres, profissionais ou artesãos, empresários, trabalhadores, etc. Nós vamos treinar as pessoas (e cada um é diferente dos outros) e nosso trabalho é fazê-los crescer e se desenvolver dentro sua própria personalidade individual, de modo que eles possam servir os meninos.
Não tente cortar como uma tesoura o que vai dizer. Cada um é diferente. Se eu tiver nozes eu não espero que vá ter maçãs após o curso, não, mas vou tentar polir o máximo possível para ter as nozes no final.
3 - O "exemplo" é muito importante, e temos de mostrar o que somos aos outros. Se acreditarmos no Escotismo, ele vai continuar não só com palavras, mas com ações, atitudes, como agir, etc. Em outras palavras, dar o exemplo. As palavras se vão com o vento. Querer que a promessa estivesse viva, viva-a primeiro; se queremos que a fraternidade escoteira seja uma prática, primeiro vamos aos fatos, falar sozinhos é uma coisa e agir de outra.
4 - Devemos ser "eficientes", isso não significa que somos um "sabe-tudo", mas que nós poderemos fazer corretamente. É melhor dizer "não sei" do que afirmar, falar ou pensar sobre o que não sabemos, e que os participantes possam sair do curso sem equívocos.
5 - Nós temos que ser "atualizados" em nossos conhecimentos. O Escotismo é um movimento e um movimento está sempre em mudança, temos que saber finalmente, se ele deixou de programar, se fez ajustes no último quadro, etc.; ver não é o que é melhor, e sim o poderíamos manter como ponto de partida e isto só nos atualizando através de leituras, discussões, comentários sobre os cursos chegaremos lá. Não só estamos dispostos a dar, mas para receber.
6 - Os participantes do curso são "adultos" e temos que tratá-los como adultos sempre. Podemos ter de perguntar algo e exemplificar com se eles fossem escoteiros, mas mesmo assim considerar que são adultos agindo como escoteiros.
7 - Devemos ser "positivos" no que dissermos. Em um curso, não devemos questionar o que já foi aprovado, um curso não é uma conferência que vale a pena olhar para atualizar o existente. Critérios devem ser deixados bem centrados.
8 - Devemos ser "entusiastas". Pelo entusiasmo de muitos líderes se expandiu Escotismo. Tudo pode ser compreendido ou perdoado num formador (adestrador), mas a falta de entusiasmo pode transmitir pessimismo e muitos valores contrários.
9 - Devemos ser "leais". Leais a todos quem trabalham e colaboram, leais ao nosso movimento, leais a política a ser seguida e em um momento, qualquer palavra contra a lealdade é um escândalo para os participantes verdadeiros em nossos cursos. O adestrador (formador) em seus cursos ou outros eventos de formação não é quem deve questionar a política, administração, a organização ou pessoas. Nosso trabalho como treinadores (formadores) é apoiar, ajudar, ajudar, etc.
10 - Ter "senso de humor". O treinamento para ser eficaz, deve ser bom, mas se perdem em forças rejeitar o que não gosta, portanto, um adestrador que não consegue superar os momentos da vida difícil fica amargo. Um senso de humor vai fazer-nos rir de nós mesmos, dificuldades, etc. E nós vamos apresentar o treinamento com uma atmosfera amigável.
11 - "Esforço" é uma palavra que devemos ter em mente. Esforços para melhorar a nós mesmos todos os dias, e todos os esforços para dar efetivamente o que esperamos conhecer cada participante e treiná-los de uma forma que atenda a sua formação suas necessidades, esforços para tentar ser o melhor e não se contentar com pouco, esforços para atingir o cume e, não ficar contente em permanecer no vale.
12 - "Tradição" é um bom termo a ser considerado e um bom professor reconhece seu valor. Formação é a guardiã das tradições, mas devemos fazê-los conhecer o Escotismo e não seus freios. Tradição é o passado que nos impulsiona a servir melhor, para que possam se atualizar. “A tradição não deve frear“, porque se antes eles fizeram isso, a plataforma para agir no espírito de ontem ou de hoje é quem nos ajudará sempre. Hoje, amanhã e sempre.
Todos os itens não são assim tão importantes, mas apenas uma reflexão sobre alguns pontos que podem nos ajudar a melhorar, a nós mesmos como formadores. Claro se os tivermos em mente todos os dias e, especialmente, quando agimos como formadores.
baseado nos livros do Bolanger / Moacir Starosta / Região do RS e na Internet
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